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Juntos ou separados: com quem os idosos devem viver
Os psicólogos modernos promovem e apoiam frequentemente a ideia de que todos devem viver separados – os filhos dos pais, os pais dos filhos e até os cônjuges. Este é considerado um passo importante na construção da autonomia pessoal e de relações saudáveis. O processo, a que os psicólogos chamam “separação”, não se refere apenas à separação física
mas também um distanciamento emocional gradual que ajuda a desenvolver a autonomia, os limites pessoais e a tomada de decisões sem supervisão constante. Ao mesmo tempo, os pais idosos, especialmente se permanecerem sem um casal, são frequentemente afectados pela “síndrome do ninho vazio” e sentem-se ansiosos e solitários. Com o início da velhice, as pessoas experimentam não só alterações fisiológicas, mas também dificuldades na esfera emocional – aumento da ansiedade, tristeza, comportamento por vezes excêntrico, menor capacidade de adaptação a novas situações.
O abandono do trabalho, a perda de amigos e do círculo social conduzem a sentimentos de solidão e isolamento. É por isso que um ambiente adequado e relações calorosas são vitais na idade adulta.
Por conseguinte, não existem receitas universais únicas para a felicidade na vida familiar e não é necessário viver separadamente para ser feliz. Viver juntos ou separados é uma escolha individual, que depende das necessidades pessoais, do carácter, das tradições culturais e da situação específica de cada pessoa, família ou casal.
O mais importante não é a forma de vida em si, mas a qualidade da relação. A inexistência de uma “receita” única deve-se ao facto de as relações felizes serem construídas com base na compreensão mútua, na compreensão das necessidades próprias e do parceiro e na capacidade de adaptação às mudanças.
Por conseguinte, a velhice não tem de seguir um determinado guião. A vida depois dos 70 anos pode ser diferente. É uma altura em que se pode escolher com quem estar e como viver os dias.
Viver consigo próprio é um valor importante
A solidão não significa necessariamente isolamento ou solidão de espírito. É a capacidade de encontrar paz na sua própria companhia, alegria nas coisas simples – fazer café para si próprio, ler sem pressa, viver sem a aprovação constante do exterior. Como mostra a investigação psicológica, a capacidade de viver consigo próprio é um dom espiritual raro que dá autonomia e harmonia interior.
Um apartamento vazio pode ser assustador, não por causa da escuridão, mas por causa dos pensamentos que o acompanham. Mas a adaptação é aprender a ouvir-se a si próprio quando o medo dá lugar à clareza. A solidão torna-se um espaço de liberdade onde podemos ser nós próprios, o que é importante após as perdas e o stress do envelhecimento.
Viver com crianças – só se for por amor, não por obrigação
A vida sob o mesmo teto com as crianças pode ser harmoniosa e alegre se se basear no respeito mútuo, nos cuidados e no calor. Quando uma pessoa idosa sente que é parte integrante da família e não uma ama ou um fardo, é uma bênção. No entanto, uma presença que provoca cansaço, desrespeito ou sensação de ser supérfluo é um fardo psicológico que pode ser prejudicial à saúde.
É muito importante que as pessoas idosas tenham o seu próprio espaço com coisas e hábitos que lhes são próprios. Os psicólogos sublinham que a mudança de um ambiente familiar para os idosos é um grande stress e uma fonte de alienação, pelo que não vale a pena sacrificar algo pelo conforto dos familiares mais jovens.
Com um amigo – quando há confiança e entreajuda
Cada vez mais mulheres idosas optam por viver juntas, criando pequenos grupos de apoio social. Esta comunidade não é uma dependência, mas uma verdadeira amizade, em que as pessoas se ajudam mutuamente e enchem as suas vidas de comunidade, calor e segurança. É uma proximidade em que se valoriza a compreensão mútua e não as discussões.
Com os netos – com respeito e compreensão mútua
Os netos trazem muitas vezes um verdadeiro calor e sinceridade à vida das pessoas mais velhas, sem convenções desnecessárias. Ao mesmo tempo, os familiares mais velhos não devem tornar-se apenas ajudantes dos netos. Os psicólogos aconselham a manter a compreensão, para que a vida em comum traga alegria a todos – netos e avós.
Não com aqueles que privam da dignidade e da paz
A partir dos 70 anos, não se deve estar em companhia de pessoas humilhadas, desrespeitosas ou contraditórias. A velhice é o momento de preservar a própria dignidade, em vez de se contentar com o papel de estar “confortável” com os outros. A investigação sublinha a importância do bem-estar psicológico na velhice, que é impossível sem respeito e apoio.
Vida ativa e futuro mesmo depois dos 70 anos
Os especialistas afirmam que a reforma não significa o fim da vida ativa. As pessoas mais velhas podem e devem planear o seu futuro: ir ao teatro, fazer trabalhos criativos, aprender coisas novas. Manter o interesse pela vida atrasa o envelhecimento biológico e melhora o bem-estar psicológico.
A vida depois dos 70 anos não é o fim, mas um período especial que requer compreensão, apoio e a escolha do seu próprio caminho, onde a dignidade e a paz interior são valorizadas.
